Partilhar atos coletivos, sejam eles fora ou dentro da arte, é criar pontos de encontro onde diferentes manifestações possam surgir e atuar nas várias modalidades do cotidiano. Abrigar o trabalho de 9 (nove) artistas se torna um exercício de cartografar paisagens em movimento. Acompanhar, assim, pensamentos heterogêneos.

O projeto curatorial dos trabalhos foi realizado pela antiga Coordenação de Artes Visuais do Recife em parceria com a Coordenação do Educativo do MMLG. VETORES - Mostra Coletiva de Artes Visuais reafirma a importância da produção imagética nacional, compartilhando estas em um espaço público do próprio país. Para a Mostra, a equipe do Museu Murillo La Greca convidou mais 2 (dois) artistas que ajudam a tecer um panorama da produção das artes visuais brasileira, transformando seus trabalhos em vetores de suas próprias forças de inventividade.

Assim, criando seus próprios espaços, os artistas trazem novas ficções sobre a vida, valendo-se de situações rotineiras e, muitas vezes, não percebidas corriqueiramente. Neste sentido, os trabalhos recorrem a práticas que apontam um estudo de forças subjetivas, relacionadas à existência humana comum.

A força talvez como eixo de ação principal, tão plausível em momentos de paralisação.

Elen Braga cria um ambiente que ressignifica os limites atribuídos ao corpo. Relações entre a força física repetitive, como nas academias, a força-máquina. Contrapondo à máquina, temos a força que brota da fé no trabalho de Adones Valença , um esforço em busca da incerteza que se torna guia da ação.

A política institucional, representadas como vetores de poder, enquanto criação humana imaterial aparece nos trabalhos de Lia Letícia e do grupo Favela News , como substância palpável e mutante. Seja através do deslocamento de figuras-chave como a urna –– imposta como símbolo da democracia ––, seja por táticas de utilização da mass mídia(força-organização).

Todas os agenciamentos coexistindo como na força das utopias, dos delírios, do imaginário presentes na pintura de Tatiana Cavinato ; a força da pausa (o desabar) na instalação convidativa de Renan Marcondes; no grito imponente de Mariana de Matos com sua força manifesta, potência em palavras de presença (força-raiz/matriz); e, por fim, entre desdobramentos de um registro fotográfico, os trabalhos de Betina Guedes e Daniel Cabral que se conectam por uma força de habitação em uma geografia simbólica (mapeamento de memórias e lugares).

VETORES - Mostra Coletiva de Artes Visuais reforça o árduo exercício de urgir incansavelmente a possibilidade de estar e mover o presente. Como, afinal, articulamos outros estudos de forças?

Mostra Vetores no portal da cidade do Recife

Mostra Coletiva Vetores
Museu Murillo La Greca - 2018