De modo geral, a limitação sobre os corpos vem de um aparelhamento conservador colonialista, que através de argumentos higienistas promovem uma naturalização da exclusão.

Motivados então, pela seleção de corpos, gestos, poéticas, estéticas, narrativas, culturas e etc., estes se infiltram nas camadas imateriais e materiais do desejo, construindo 1 mundo que nega o diálogo entre outros mundos.

Sobretudo, atuam numa rigidez que majoritariamente exclui corpos que não pertencem a branquitude, persuadindo existência destes corpos desviados para fora dos espaços de poder.

“Corpos pertencem a determinados lugares. Corpos transitam por determinados espaços.” Gostaria de ampliar o verbo: determinar, como estratégia de ação na demarcação dos lugares. Espaços estes, onde corpos potentes poderiam se dedicar ao exercício de expansão.

De modo geral, os trabalhos de Caetano Costa, urgem numa proposta insurgente as conjunturas históricas que ainda são determinantes na contemporaneidade. Não há isenção de si nas situações criadas por Caetano, todas refletem um compromisso em inutilizar as lógicas opressoras.

Um deslaçar na lógica capitalista da produção de arte, trazendo como motim a sobra e o resto , transgredindo o lixo e potencializando a materialidade em seu processo. A reciclagem e a gambiarra como necessidade e sobrevivência, distante do discurso alienado do - politicamente correto - atrelado ao marketing social da classe média.

Todos os títulos são gatilhos de um Brasil que borbulha no abismo e na desigualdade de classe e raça, são mantras para a militância negra e periférica da nação verde e amarela que “deu ruim”.

Franqueza de Caetano Costa na MauMau Galeria

Franqueza
Caetano Costa
Galeria MauMau -2018